Manutenção é um assunto primordial e essencial em qualquer condomínio. É um daqueles temas em que o síndico precisa estar sempre atento, acompanhando de perto, para evitar que um descuido se torne uma catástrofe.

Por isso é tão importante prestar muita atenção em qualquer corte que porventura apareça nas paredes, cobertura ou garagem do condomínio. Essas aberturas nas estruturas, que podem ser denominadas fissuras, trincas ou rachaduras podem ser o primeiro sinal de alerta de que algo está acontecendo por trás daquela camada de tinta nas paredes.

Veja abaixo algumas dicas importantes:

– Para acompanhar a evolução de uma trinca,  faça uma marca de lápis grosso em cada extremidade da abertura.

– Verifique se as trincas se encontram em elementos estruturais: lajes, vigas, pilares.

– Quando a largura da abertura é acima de 0,5 mm, o CREA-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo) recomenda que se recorra a um engenheiro ou perito habilitado e qualificado.

– Um tratamento inadequado poderá ocultar problemas maiores que aparecerão no futuro. Neste caso também, sai mais barato consultar um engenheiro especializado, que apresentará uma solução técnica correta, do que arriscar tratamentos paliativos.

Do simples ao mais complexo

A ocorrência destas aberturas pode estar relacionada a diferentes razões – das menos complexas, como uma simples retração da argamassa, até um problemático recalque de fundação. Entenda algumas causas:

Retrações: o concreto, a argamassa ou o gesso podem ter seu volume reduzido devido à perda de umidade. A retração por secagem pode resultar, por exemplo, no aparecimento de fissuras em uma superfície recentemente endurecida de uma laje de concreto.

Solicitações térmicas: a exposição ao sol de algumas partes da casa pode determinar uma manifestação de movimento e reajuste entre a alvenaria e a estrutura. Assim, a variação de temperatura pode dilatar uma laje de cobertura e na ligação com os blocos de concreto as fissuras acabam por surgir.

Recalques: quando se realiza uma obra em um terreno, ocorre o “assentamento” dos materiais em maior ou menor grau sobre o solo. O recalque (ou acomodação) diferencial é o movimento de distintas partes da estrutura devido a uma acomodação irregular ou a uma deficiência na fundação – aquela parte mais baixa do edifício ou construção que sustenta e firma a superestrutura. Nesses casos, a ocorrência de rachaduras mais sérias e profundas é comum e demandam maior atenção.

Principais causas

Acomodação da obra no terreno: é uma das origens mais comuns em novas edificações. Há um esforço por parte da fundação do prédio, que acaba sendo um pouco transferido para a alvenaria, gerando assim as fissuras.

Pressa ao dar o acabamento na obra: ao não respeitar o tempo correto para secar alguns materiais (como a massa corrida), há mais chance daquele local apresentar trincas.

Obras nas unidades: reformas que ocasionem um excesso de carga num andar ou alterações estruturais como retirada de paredes ou pilastras podem causar desabamentos. Exemplo: construção de uma parede não prevista pelo projeto original. A laje transfere o peso para os pilares, que podem sofrer avarias.

Movimento estrutural: pode parecer estranho, mas a estrutura do prédio é flexível, para conseguir lidar com o vento, sons e obras vizinhas. Porém, muito movimento externo pode gerar fissuras

Infiltrações: impermeabilizações não duram para sempre. Quando não há uma renovação do material, a água pode se infiltrar seja pela ação da chuva ou de um vazamento, causando problemas estruturais ou estufando as paredes.

Calor: principalmente em andares mais altos, que são mais expostos às intempéries, o calor faz com que haja uma dilatação dos materiais. Quando a temperatura volta ao normal, o local pode apresentar algumas trincas. Também pode acontecer em paredes por onde passem tubos que esquentem, como de água quente ou outros.

Escolha incorreta ou má qualidade de materiais: infelizmente, se o material usado não é de boa qualidade, ou se não foi utilizado corretamente, o resultado final refletirá isso.

Sons, vibrações ou ventos muito fortes: seja um som extremamente alto, um bate-estaca violento em uma obra próxima ou uma rajada de vento mais forte que o esperado, a edificação pode não estar preparada para recebê-los. Nesses casos, uma trinca pode aparecer.

Fonte da imagem: www.ferrazsampaio.adv.br
Fontes: www.estilo.uol.com.br e www.siteparacondominio.com.br