Por ser um local onde existe grande circulação de pessoas, o condomínio deve estar preparado para todo tipo de emergências. E se alguém passar mal ou sofrer algum acidente doméstico? Como os funcionários e outros moradores podem ajudar? E até que ponto é possível socorrer?                                             

Geralmente essas perguntas são respondidas nos treinamentos dados pelo Corpo de Bombeiros aos funcionários e moradores dos condomínios. Nos treinamentos de Brigada de Incêndio, os bombeiros ensinam noções de primeiros socorros. É de extrema importância que esses treinamentos sejam refeitos a cada 6 meses. Situações diversas podem acontecer e para cada uma dessas situações existem procedimentos diferentes que devem ser adotados.

Confira a seguir algumas orientações de primeiros socorros:

Cortes profundos: Nessa situação você deverá limpar o local do ferimento com água corrente independente se o corte estiver sujo ou não. Feito isso, estanque com gaze ou um pedaço de pano ou toalha limpa. Não coloque nada dentro do ferimento e procure um pronto socorro imediatamente.

Queimaduras: Neste caso, o ferimento é dividido em dois tipos e para cada um deles são necessários cuidados específicos. No caso das térmicas, o local queimado deve ser lavado com bastante água corrente. Para diminuir a dor cubra o local com uma faixa esterilizada e retirem acessórios como anéis, relógios e pulseiras, pois logo após a queimadura ocorre o inchaço. Jamais tente tirar roupas grudadas no corpo da vítima e não utilize pomadas, manteiga, pó de café, pasta de dente ou óleo de cozinha, visto que esses procedimentos só aumentam os riscos de infecção no local.

Queimadura química: Enxague o local em água corrente por pelo menos 20 minutos e retire a roupa contaminada para que o produto químico não se espalhe por outras partes do corpo. Se os olhos foram afetados, enxague em água corrente até chegar ajuda médica. Preste atenção na respiração da vítima enquanto é providenciada ajuda médica. Cubra a queimadura com uma faixa esterilizada ou pano limpo.

Choques elétricos: Neste caso, é fundamental antes de prestar o socorro, verificar se a corrente elétrica foi desligada. Só então, toque a vítima. Se houver uma parada cardiorrespiratória, inicie uma massagem no peito e respiração boca a boca na vítima, enquanto o socorro médico é acionado.

Torções e fraturas: Em situações como entorse ou até mesmo fraturas, pode-se improvisar uma tala com madeira, uma revista grossa ou mesmo com jornal, colocando gelo no local e evitando massagear. Após isso, com a área imobilizada procure ajuda médica.

Intoxicação: Nesses casos de envenenamento, limpe a boca com água corrente sem engolir e procure um serviço de emergência o mais rápido possível.

Desmaios e crises de convulsão: Pessoas com crise convulsiva ou em desmaio devem ser mantidas deitadas, com o pescoço esticado. Mantenha as vias aéreas (boca e narina) livres e desobstruídas para evitar sufocamento. Só se devem imobilizar os membros caso haja risco de lesões ao paciente ou a quem estiver prestando ajuda.

Engasgamento: Nunca bata nas costas ou levante os braços da pessoa. Isso só aumenta os riscos de empurrar ainda mais o alimento ou o objeto para as vias respiratórias. Em vez disso, faça a chamada manobra de desengasgo:

– Abraçando a pessoa pelas costas, apoiando bem uma perna entre as pernas da vítima (o que dá mais sustentação a quem presta o socorro);
– Coloque a mão esquerda fechada, com o polegar voltado para dentro, acima da linha do umbigo;
– Coloque a outra mão por cima da mão fechada , pressionando com força para dentro até o objeto sair e a respiração da pessoa voltar ao normal.

Ataques cardíacos: O atendimento e primeiros-socorros nesta situação é fundamental, pois se inicia uma luta contra o tempo. Nos primeiros três minutos, é importante que o paciente seja submetido aos choques de um desfibrilador automático quando fora do ambiente hospitalar. Isto acompanhado de compressões torácicas corretamente realizadas. O paciente também precisa manter a calma e deve tomar uma aspirina, que ajuda na circulação sanguínea. Em caso de sensação de perda da consciência, o ato de tossir ininterruptamente melhora a irrigação do coração, prejudicada no caso do infarto. Procure um médico imediatamente.

 

Aprenda fazer massagem cardíaca

Coloque o paciente deitado de costas, numa superfície plana e sem travesseiro, com as mãos espalmadas, uma sobre a outra, pressione a região bem no meio do tórax. Os dedos devem ficar para cima, toda a força é concentrada na palma das mãos. A ideia é fazer movimentos, de baixo intervalo, com forte compressão do coração (cerca de uma compressão por segundo). Quanto mais esticados seu braços, maior a força de compressão.

 

Aprenda fazer respiração boca a boca

Deite o paciente com o pescoço esticado. Assim o ar passa com mais facilidade, abaixe a língua do paciente e veja se existe algum objeto atrapalhando a passagem de ar pela garganta, abra os botões e zíperes da roupa do paciente e, com uma das mãos, tape as narinas dele, inspire profundamente e coloque sua boca sobre a do paciente, sopre o ar com força, notando se o tórax do paciente se mexe (como se ele estivesse respirando normalmente), afaste-se do paciente para que ele consiga expirar e repita os passos até a respiração do paciente voltar ao normal ou até a chegada do socorro médico.

 

Kit de primeiros socorros

Se precaver contra acidentes não é apenas cautela. A NR-07 (norma regulamentadora do Ministério do Trabalho) deixa claro, em seu artigo 7.5.1, que:

7.5.1. Todo estabelecimento deverá estar equipado com material necessário à prestação dos primeiros socorros, considerando-se as características da atividade desenvolvida; manter esse material guardado em local adequado e aos cuidados de pessoa treinada para esse fim.

O kit básico de primeiros socorros deve conter: luva, gaze, atadura, esparadrapo, algodão, soro fisiológico, hastes flexíveis, colar cervical, faixas e tesoura com ponta arredondada.

Vale lembrar que algumas localidades pedem uma atenção a mais. Na cidade de São Paulo, por exemplo, locais que têm mais de 1.500 pessoas devem ter um desfibrilador para emergências – e, claro, alguém que saiba operá-lo.

Fonte da imagem: www.idealsipat.com.br
Fontes: www.icondominial.com.br e www.sindiconet.com.br